quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O som da tatuagem

O som da minha tatuagem é Jane´s Addiction. Mais especificamente “Jane Says”, “Slow Diver” e, principalmente, “Ocean Size”. Acho que naquele momento eu estava mesmo me sentindo do tamanho do oceano. Minha tatuagem é uma tribal sem um significado maior que o fato de marcar um momento bom depois de uma deprê longa e fodona. Raspei a cabeça, fiz a tatuagem e fui pra Ilha Grande acampar. Não necessariamente nessa ordem. A fumaça não me deixa enxergar com clareza a ordem dos fatos.
Tem vários sons que marcam períodos da vida. Acho que com todo mundo é assim. Pelo menos com quem gosta de música. Na época da minha primeira faculdade de jornalismo ouvia direto o “Caution Horses” dos Cowboy Junkies e a parte acústica do “Before the Flood” do Dylan. Adorava curtir uma dor de cotovelo ouvindo a versão de “Just Like a Woman” daquele disco. Decorei a letra e até o solo de gaita. Era apaixonado por uma menininha linda e bobinha que acho que até hoje não sabe quem é o Bob Dylan. Depois fazia minha sessão de “air acoustic guitar” com “It´s Alright Ma” pra exorcizar o bode. Moí a fitinha do “Before...” e só dia desses, já em 2009, baixei o som da internet. Ainda é bom demais.
Teve a fase Sérgio Sampaio, honorável padrinho deste blog. É... não tinha idéia melhor pra batizar o brinquedo e aí veio a canção “Pobre Meu Pai” na cabeça. A fase Sérgio Sampaio também foi meio na época do início da faculdade. Nós, os pequenos e bobinhos aprendizes de malucos gastamos nossas fitinhas com o “Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua”. O vinil que paria as fitinhas era das turcas Samira e Sumaia. Músicas lindas como “Dona Maria de Lourdes”, “Eu Sou Aquele que Disse”... ah...todas são do caralho até hoje. Sampaio é foda.
Lembro que uma vez apareceu lá em casa um colega de faculdade chamado Nélio que era bem mais velho, ator de teatro, malucão. Ele tinha morado no Espírito Santo e conhecia até o irmão do Sampaio. Na época, eu tinha 18 anos e o cara 35, minha idade hoje. Botei a fitinha pra rolar e o cara pediu pra ouvir “Viajei de Trem” em silêncio, de olhos fechados e ficou lá meio chorando e tal. Fazia anos que ele não ouvia aquilo, o disco estava fora de catálogo há muito tempo. Ele deve ter me contado sua história com a canção, mas eu não me lembro mais.
Pô... sem entrar em detalhes...teve muita coisa que marcou. E o pior é que ando com vontade de fazer outra tatuagem. Falta escolher o desenho. E o som, é claro.

Escrito ao som de “Não Adianta Nada”, do Rei Roberto Carlos – safra 1973

6 comentários:

Anônimo disse...

oie

o som da sua tatoo embala uma bela época da minha vida tb!! Tesão

bjos

Anônimo disse...

Grande Bel...
Some mais não.

Anônimo disse...

Tô ouvindo Jorge Mautner... é a cara do Pedro,não acha?

Anônimo disse...

Quem falou isto tem razao, Jorge Mautner é minha cara e um dos cinco da lista. Um grande maluco corajoso e brilhante ! Três urras para o Jorge Mautner: Urra ! Urra ! Urra !

Anônimo disse...

Dava pra parar só no J né nao:
1.Joao Gilberto.
2.Jacob do Bandolin.
3.Jards Macalé.
4.Jorge Mautner.
5.Jorge Ben Jor.

Sem falar em outros tantos J`s nacionais e internacionais.

Anônimo disse...

Peraí Fubá, só nao vale mentir a idade. Geral sabe que tu já passou dos 37 faz uns dois anos. Sem esta de falsear no carteado. Tâmo de olho aí na jogada, mermao.