quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um som pra hoje


Uma das baladas mais bonitas da história do rock.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Road Movie



Correndo sem parar
Sem olhar para os lados
Muitos dias ficaram para trás
Noites ciganas e cidades estranhas
Mas a lembrança do teu corpo vem comigo

O sol surge fraco entre nuvens
Cai a alça do teu vestido
Voltando para casa ou no rastro do inferno
O caminho é o mesmo
Só mudam as notícias nos jornais
Que não dizem nada do sol
Nem das estradas, nem do mar, nem dos teus seios

Acelero com a certeza que carrego comigo
A capacidade de sonhar com você
E de ser apenas mais um pelas estradas

Como ser jornalista pode ser uma grande bosta

Ser jornalista às vezes é uma grande bosta. Que tal perder sua tarde/noite de sábado cobrindo uma cerimônia oficial do poder público, ou seja, um comício mal disfarçado de algo relevante para a sociedade? O pior é que você tem que ganhar o pão de cada dia e não pode fugir desses micos gigantescos em que os mesmos deputadinhos de sempre se unem para aplaudir uns aos outros como uma orquestra de egos e interesses escusos em que o violonista pode devorar o flautista sem nenhuma dó se achar que é necessário. E o pior é que a música não vai parar nunca por causa disso. Você já sabe o que vão falar, conhece as mentiras de trás para diante e tem que ficar lá, fingindo que essas coisas servem para alguma coisa. Pau no cu de todos. Valem tão pouco...são uns coitados escravos da própria ambição e sede de poder. E como são ridículos! Incultos, paupérrimos de espírito, com o único objetivo na vida de engolir a maior fatia possível de poder. Putos,ratos engravatados, pequenos miseráveis com seus cargos e títulos e sede e fome incontroláveis. Vazios. Queria ser um desses "espíritos elevados" e sentir pena deles. No entanto, sou um tosco, engolindo essa merda toda à força porque não sei fazer outra coisa na vida e só consigo sentir raiva. Estou ficando velho pra isso. Ser jornalista pode ser uma grande merda. Às vezes é bom ter raiva.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cuesta Blues

Vento frio e armas à mão
Violão, vinho tinto
Livros, discos e um pouco de chuva
Grana para a gasolina
Um cobertor para jogar por cima
I´m the world´s forgotten boy
E um alvorecer que sempre dói

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mamãe não voltou do supermercado e o livro que sumiu


Pois é...parece que pelos comentários da galera no último post conseguimos descobrir o lado bom do carnaval: tempo pra ler. Poe, Gogol, Tolstói, Ana Miranda, Goethe, Torquato Neto, enquanto as celebridades rebolam as bundas marombadas para a alegria da Madonna e da Dilma.
Seguindo no tema literatura, li de ontem para hoje o "Mamãe não voltou do supermercado", primeiro romance do Mario Bortolotto. O livro é curtinho e tem um ritmo alucinante, ideal pra ler de uma tacada só. Gostei especialmente dos diálogos espertos, que mostram que apesar do romance ser bem legal, o cara é bem forte no teatro mesmo. Teria dezenas de tiradas ótimas do Caio, o personagem principal, para citar aqui, mas a preguiça me impede...
O livro policial, violento, curtinho, pra ser lido direto, sem intervalos, me fez lembrar de outro livrinho policial pequeno e notável que não sei se a galera conhece. Chama-se "Alguem vai se machucar hoje à noite", escrito pelo jornalista Thales de Menezes e lançado em 1991 pela falida Editora Paulicéia. Assim como o livro do Bortolotto, "Alguém vai se machucar..." é ambientado nos infernos das quebradas do mundaréu, mais especificamente no universo dos snuff movies, que são aqueles filmes violentos, com conteúdo mórbido/sexual em que depois de violada, torturada e humilhada a vítima é assassinada em frete às cameras e os filmes que registram tudo são vendidos por aí para os apreciadores do gênero.
Dei uma busca na net e não achei nenhuma referência a esse livrinho bem foda do Thales. Nem a capa eu consegui para publicar aqui. Foi uma pena a Paulicéia ter falido. Eles lançaram coisas legais como o "Barulho" do André Barcinski, que abordou a cena de Seattle enquanto a coisa tava fervendo por lá e teve a felicidade de tratar das coisas legais como Mudhoney e Nirvana, deixando de lado o pedante Pearl Jam, além de trazer perfis legais do Joey Ramone e dos Cramps.
Lançaram também Tolstói, Dostoiéwski, James Ellroy, Montesquieu...enfim, eram coisas legais que sumiram das prateleiras das livrarias. No ano passado fiz uma viagem de carro com o Dedé que foi sócio da editora. Ele contou como o projeto dos caras de vender títulos legais por um preço acessível foi tragado pela putaria do Plano Collor. Disse que perdeu na brincadeira o que hoje deve equivaler a 300 mil reais, mas faria tudo de novo pelo prazer de editar livros legais.
Bom...se alguém achar o livrinho do Thales em algum sebo por aí, vale a pena. Assim como "Mamãe não voltou do supermercado" é um explosivo passeio pelos infernos, em poucas páginas. O livro do Bortolotto ainda pode ser encontrado por aí, inclusive no Submarino.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval serve pra isso



Ler, caralho. É o que dá pra fazer no carnaval. Viajar é arriscado e pode ser uma merda, com todos os lugares lotados. Com parentes em casa não consigo ouvir música ou assistir TV. Tenho trabalho pra caralho pra fazer, mas não to afim. Li, alguns dias antes do carnaval, a biografia do Torquato Neto, “Pra Mim Chega”, escrita pelo Toninho Vaz, que também fez a do Leminski, que eu não li. Gostei do livro principalmente por me ajudar a situar em que época e em que condições foram escritas as coisas que estão no “Os Últimos Dias de Paupéria” que eu ando deixando por aí e lendo trechos de quando em vez. Li também o classicão “Werther” do Goethe e gostei. Assim como o Torquato, dois protagonistas suicidas. Deve ser o clima de carnaval que fez escolher os livros. A intensidade da paixão do Werther é , na minha modesta opinião, o ponto mais forte do livro. Pertence ao romantismo, não? Depois eu dou Google aí. Vale a pena. O livro é curtinho. Também li a entrevista do Bortolotto na Trip e o que achei mais legal foi a disposição do cara de trabalhar mais, escrever mais. Ele diz algo do tipo: “é mais fácil encher a cara do que escrever”. Legal isso, vamos gostar do cara pela obra dele, pelo menos nós mortais que não fazemos parte do círculo de amizades do cara, e não por ele ser o mutcho lôko de plantão. Meu interesse é no escritor, seja no blog ou nas obras publicadas ou encenadas. Aliás, acho que vou começar a ler “Mamãe não voltou do Supermercado” que eu descolei recentemente.
Pra escrever coloquei pra rodar o “Time Out of Mind”, do Dylan tentando dar um tempo fora da minha cabeça mesmo e do tal carnaval.
Por fim, postei aí abaixo o ZZ e o Winter e acho que vou mesmo investir uma graninha pra conferir pelo menos um deles.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Johnny Winter e aquela bandinha do Texas

Maio será o mês: ZZ TOP e Johnny Winter. Blues e rockão caipira du caralhon in Sampa. Será que eu vou? Enquanto isso, matemos a vontade aqui. Billy Gibbons do ZZ era considerado pelo Hendrix o melhor guitarrista da sua geração. Já o Johnny Winter anda meio no bico do corvo, mas vale a pena conferir o cara detonando com a bandona nas antigas. Coisa fina! Informações técnicas: o baixista do Johnny Winter no vídeo é o Tommy Shannon que depois tocou com o Stevie Ray Vaughan e o baterista é o Uncle John Turner de quem eu tenho um aútógrafo aqui em casa. Peguei uma vez que ele esteve em Sampa tocando como o Nuno Mindelis. O Tommy Shannon também gravou num disco do Mindelis.
Dedico os vídeos à vovó Bel e ao mais novo Pedro da família. Paz!