segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Carta do Pedro – direito de resposta.

Como zoei o Pedro publicamente por ele ter perdido o show do Nick Cave, me senti na obrigação de conceder o direito de resposta a ele, também publicamente. Aí vão as razões do meu irmãozinho. Publicando o texto que o Pedro mandou por e-mail me livro de atualizar o bloguinho e ainda me sinto o mais generoso dos donos de blog. De quebra, forneço aos meus seletíssimos leitores um pouco de aventura nas Oropa.
Aí segue:

Meu caro,

O show do Nick Cave era algumas semanas depois do meu tempo por lá,
tirei a foto para você ver mesmo. Veja só, coisa boa sempre.
Quanto aos shows, é foda, agora tenho permissão de trabalho e se tudo der certo
a partir da semana que vem vejo uma vaga numa escola fundamental para filhos
de família de língua portuguesa (Portugal, os cinco africanos, Brasil e os filhos de jogadores).
O trabalho se resume a cuidar das crianças depois da aula, ajuda-las nas tarefas de alemão, português e inglês. Há projetos semelhantes para filhos de todas as línguas que você possa imaginar. Vamos ver no que dá.
Eu não estou indo muito nos shows, perdi aliás UK Subs num bar pulgueiro histórico aqui de Berlin, mas sempre há muitos por aqui, o difícil é acompanhar, prefiro nem saber na maioria das vezes.
No entanto tenho ido muito à ópera, sei que você vai chiar, mas tô pouco me fudendo. Para alguém que gosta de literatura, teatro e música é o programa perfeito, tenho visto grandes regentes, cantores e encenações. Meus netos terão que decidir do que se orgulham e do que não, em todo caso isto virá com o tempo ou nunca virá. Mas não me arrependo, cada obra vista é uma noite sem dormir, pensando naquelas tragédias, naquele som magnífico, em toda a montagem e num onte de estórias canônicas ou não que foram necessárias para que o librestita e o músico fizessem a parada. Uma grande curtição!
Estou a dois meses daquela prova escrota e de novo estou na curva final e agora é uma questão de honra e sobrevivência, os alemães são maus, podes crer.
A foto do seu filho é muito fofa, cheio dos agasalhos e com um sorriso de fera.
Eu não sei se terei netos tão cedo, de fato já fiquei para tio, não tenho mulher e muito menos filhos, embora tenha vontade de ter os dois, mas enquanto for estudante a coisa será difícil. O David não é parâmetro pra nada, terá show do Slayer e do Kreator (banda local) e o cara amarelou. Melhor assim, perder Neil Young e ir no Kreator é mais do que sacrilégio, é idiotice elevada ao vigésimo grau. O lance é que o tempo é corrido pacas e escrever o trabalho em meio a tantos outros trabalhos acadêmicos é sinistro, tempo curto para professores exigentes, sem contar minha exigência que cá entre nós não é pouca.
Seguindo conselho da minha sobrinha Clarinha que havia montado uma página para mim no Orkut ativei a minha naquela farofa e em menos de um mês tinha uma caralhada de pessoas lá falando comigo, gente do Rio, de Botucatu, dos tempos dourados de Bauru (Bira inclusive, casão, dei seu blog e o cara ainda não passou lá, tem filho agora, Pedro aliás), de Assis e tal.
Numa dessas encontrei a Carmina Juarez numa amiga em comum, mandei um recado pra ela falando daquele famoso ensaio, ela me respondeu me chamando de Dudu (meu nome por lá) e me dizendo doçuras, baba mané!
No mais é isto, muita farofa e desafios pela frente.
E viva Arrigo Barnabé.
Até Mar.
Pedro.

4 comentários:

Anônimo disse...

Valeu por publicar minha réplica que havia circulado só entre nós. Mas só um detalhe, eu chamei o Bira de cuzao, mas no final das contas casao é muito mais legal. Hilário. Bira casao. No mais também faltou um m em alguma palavra . Em fim, valeu pela preguica com verniz de democracia. Abracao rapá.
Pedro

Anônimo disse...

Grande Sérgio,
Você escreve como costuma conversar: suave, quem lê se distrai e nem percebe que leu.

Um prazer.

Um bom 2009 pra vcs, Aline e novo filho do mundo e herdeiro de jóias como essas que li

Anônimo disse...

Grande Anônimo,
Quem é você, meu irmão. Identifique-se, please.
E obrigado pela visita e pelas palavras.
Abraço

Anônimo disse...

ops...faltou a interrogação.
Quem é você, meu irmão?
Agora sim.