sábado, 18 de dezembro de 2010

Znort! Ele está entre nós!



Quer exorcizar a escrotice xaroposa do Natal? Caia de cabeça nas aventuras do mais violento, pornográfico e alucinado andróide dos quadrinhos: o insuperável Ranxerox.
A Conrad lançou nesse segundo semestre um álbum de luxo com todas as histórias do monstrão criado no final da década de 70 pelo italiano Stefano Tamburini.
Ranxerox e sua amante Lubna, na fúria ninfomaníaca dos seus doze anos de idade, vagam pelas decadentes Roma e Nova York vivendo entre traficantes, celebridades vazias, marginais e malucos de todos os tipos.
Cabe tudo em Ranxerox: cultura pop (citações de Brian Eno a Ballard), violência, drogas, putaria, mutilações, depravações, humor doentio. Você encontrará ecos de Ranxerox em Blade Runner, Matrix e filmes de Tarantino. Até capa de disco do Frank Zappa o bichão virou.
Destaque especial para a arte quase renascentista de Tanino Liberatore. Nunca a violência foi desenhada com tanta sofisticação.
Ler novamente Ranxerox me fez lembrar dos tempos da revista Animal, que publicava muita coisa legal dos quadrinhos do underground europeu. Ainda tenho alguns exemplares de Animal guardados, com aquele saborzão de nos 80, quando a gente só ouvia pauleiras e eu ousava tocar bateria numa banda hardcore chamada Podridão. Bons tempos de vinho barato, cigarros escondidos e fitinhas Basf amarelinhas gravadas e regravadas com os sons mais obscuros que a gente conseguia achar.

2 comentários:

Pedro Kaverna. disse...

Bel querida,
muito obrigado por lembrar de mim.
Daqui de Berlin as lembrancas das nossas boêmias desvairadas permanecem como relâmpagos de magnétismo, assim como suas tangerinas magnéticas enradiando os horizontes e encurtando as distâncias. Abraco enorme & beijao,
Até Mar. Pedro.

Bel disse...

ok.... é Isso. Tá tudo ali, na tangerina. Bjos. magnos.