
Ela e a noite já foram amantes
Parceiras de fracassos e furores
Entre lágrimas bêbadas
E o vazio surdo de algum arrependimento mais grave
Como se amaram!
Tendo a noite profunda como doce abrigo
Ela encarou monstros e arroubos de fé desesperada
Aprendeu coisas importantes sobre seu tesão
Tomou caminhos errados
Caiu de cara nos espinhos
Lambeu as portas do inferno
Foi cruel com os tímidos
Tragou fumaça de gasolina
Pulou janelas no extremo oriente
Domou pulgas de um velho cobertor
Roeu as unhas
Hoje, ela e a noite convivem
Respeitosas e distantes
Ex-amantes que não olham para trás
Pelo menos enquanto a outra está por perto
(01/08 -ao som de “Eleanor Rigby”)
2 comentários:
Cara , seu blog é muito bom e suas poesias são muito legais...Continue sempre assim e Parabéns.
Bondade sua...muita bondade...mas apareça sempre. Grande abraço.
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