terça-feira, 27 de abril de 2010

Torrando a grana por uma causa nobre e outras nobrezas

Como disse num e-mail ao meu little brother Pedro, resolvi estuprar o acanhado orçamento familiar e arrematei ingressos para os shows de Johnny Winter e do ZZ Top que acontecem em maio, em Sampa. Tenho trabalhado como um cavalo velho e tô merecendo duas noites de blues e boogie-woogie. Pois é... eu e a patroa vamos sentar lá na frente, nas mesas e tal. É a patuléia invadindo o jet set da noite paulistana descoladinha. Aliás, estamos ficando especialistas em invasões aos territórios da sacrossanta (sempre quis escrever essa palavra!) elite paulistana.
No último final de semana, por uma dessas maluquices do destino, minha mulher e meu filho foram parar na festinha de aniversário de um ano da filha de um milionário playboy paulistano de nobre sobrenome. A história é a seguinte: meu cunhado conhece um cara, que conhece a mãe da criança e top model internacional. Como os pais e a criança moram em Nova Iorque, os organizadores da festa providenciaram umas crianças brazucas pra fazer número na festinha. E lá foi meu filhote, como legítimo representante da plebe rude, chafurdar na piscina de bolinhas ao lado de pequenos Garneros, Dinizes e Monteiros de Carvalho.
Eu não fui que sou bicho do mato assumido. Detesto festas familiares, inclusive as da minha família. Minha recomendação à mãe foi simples. Faça o moleque ficar amiguinho da aniversariante. Daí, só temos que fazer a tal amizade durar uns quinze anos e torcer pra ele engravidar a princesinha. É nossa última chance de sair da merda!
Chegando lá, algumas surpresas marcaram a festa. Primeiro, em festa de rico não tem comida e bebida à vontade não. Segundo minha mulher tinha uns quibinhos e empadinhas servidos com desconcertante restrição. Bebida então, só refrigerante em copos de plástico. Acho que meu cunhado esperava atacar uns black labels totalmente free...dançou também. Festa por festa, nada como um aniversário ou casamento de pobre. Neguinho mata um boi, compra 350 caixas de cerveja e ainda aluga uma chácara com pisicina pro povo dar vexame tranquilamente.
Por fim, num momento de ternura, a pequena aniversariante olhou pro meu moleque e se encantou. Veio correndo abraçá-lo, tentando dividir a posse de um brinquedo qualquer, mas cheia de carinhos. Mal sabe a pequenina que enquanto seu cheiroso papai vai trabalhar de helicóptero, o pai do seu pretendente vai de Dafra... Mas eis que o pequeno furacão loiro, como legítimo viking da Vila Maria, deu um safanão seguido de um chega pra lá na menininha que por sua vez abriu o berreiro enroscada nos 2 metros de pernas da top mamãe, chamando a atenção de toda a enfadonha nobreza presente ao palacete nos Jardins e destruindo meus sonhos de passar férias em Monte Carlo...Esse garoto me desobedece a todo o momento. Ele é o meu herói.
Que vengam los texanos!

3 comentários:

Camila Prada disse...

q ótimo!!! rs abço

Moska de Bar disse...

Porra, meu brother que fotografou a festa da filhota do Garnero com a Schynaider...kkkkk... mundo pequeno, bro!
Chapei no seu blog. E viva o Blues!

POBRE MEU BLOG disse...

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