sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Eu e meu espírito (de porco) natalino


Acho que tá uns cinquenta graus nessa noite! Calor da porra! Meu vizinho pós-adolescente estava berrando ao violão algumas merdas do Jota Quest, Charlie Brown e Los Hermanos. É terrível, mas tem solução. Coloquei na bandeja do aparelho alguns Hendrix e Johnny Winter. No talo! O aparelho seleciona as canções. Eu abro uma cerveja e vou beber lá fora. Não gosto de beber sozinho em casa, mas não tem outra alternativa. O blues em alto volume faz o aprendiz de mala musical desistir. E é isso mesmo. Quando tudo está perdido você tem que recorrer aos clássicos. Aí não tem erro. Eu nem estava no pique de ouvir música, foi apenas uma defesa contra o repertório intolerável do vizinho, mas foi prazeroso ouvir Hendrix e Johnny Winter, coisas que eu não botava pra rolar desde não sei quando. Como nostálgico incurável e assumido, adoro curtir essas velharias. Você ouve e não tem que pensar muito, nem prestar muita atenção. É só curtir e tocar aquela “air guitar” honesta. Nos últimos tempos, com a mente absolutamente cansada, ando preferindo coisas fáceis. Até gibi do Tex eu li esses dias. Neste fim de semana comprei uma Rolling Stone pra distrair, mas não tem como. A revista é uma grandiosa bosta. Não tem uma, umazinha sequer, matéria que preste. Terminei de ler o “Vida de Escritor” do Gay Talese, que enquadro nesta lista de coisas fáceis de ler. Foi prazeroso. É um tijolo que dá pra consumir rapidamente e tem algumas coisas sobre o método de trabalho dele que são interessantes. Não tem a urgência do Dr. Thompson, nem pretende ter. Mas é legal também, embora não tenha me despertado a vontade de ler outras coisas dele. Ah... li “Verão Índio” do Manara e do Pratt que achei do caralho. Os dias parecem imensos, não suporto mais o trabalho e ainda tenho uma interessantíssima matéria pra fazer sobre o abate de frangos pelo método kosher, exigido pela tradição judaica... é mole? Acho que vou oferecer para a Rolling Stone. Quem sabe eles não publicam ao lado de uma abalizada matéria sobre as reais perspectivas da filha (ou filho) da Ivete Sangalo se tornar modelo e atriz de Malhação. Conto os minutos para as férias, mas no caminho ainda tem Natal e Ano Novo que eu detesto com todas as minhas forças, mas vou fazer o possível para não atrapalhar e aceitar todas as programações familiares que me forem impostas sem reclamar... muito. Também tenho acompanhado a melhora do Mario Bortolotto e todo o movimento que seus muitos amigos têm feito pela sua recuperação e para ajudar nas despesas que a família vai ter e coisa e tal. Acho que acabei acertando quando falei de amor no último post. É isso que tenho visto nessa história toda. Acho que é isso que vai ficar. E a vida segue... a minha no ritmo do congestionamento que peguei na Marginal Tietê ontem quando fui resolver minhas paradas na Secretaria de Cultura. Pelo menos dessa vez a menina que me atendeu foi simpática, eu achei. Talvez as coisas andem bem, talvez haja esperança, talvez seja o espírito natalino que muito filhadaputamente induz as pessoas ao erro (eu nunca senti o tal espírito, embora erre mais do que o desejável), talvez o calor esteja me provocando miragens. O negócio é deixar o blues rolar para calar a boca do vizinho.

Eu e o Polako Loko Paka mandando um blues pra azucrinar o vizinho.

5 comentários:

Pedro. disse...

Este é o Fubá que eu conheco, embora nao seja o Sérgio doce-de-caramelo que todo mundo conhece. Este é meu irmao da regional do Lageado, o cara do lado errado, o pé torto quebrado com o lindo filho do lado e a viola no peito. Bom ter você de volta, terco desgarrado da galera, mestre da garagem dos fundos, rei dos maloqueiros pancudos. Um grande abraco pra ti, beijo na família e lembranca pro primo ex-Panca.

Pedro. disse...

Cara, eu lembro quando o Sérgio morava no prédio Lígia, na rua San Martin (os baurenses falavam San Martén) nos idos de 1997 ou 1998. A questao era que os Titas haviam lancado o Acústico e o vizinho de apartamento insistia na idéia de que todos moradores do prédio precivam compartilhar a audicao do disco do grupo. Eu chegava no apartamento do Sérgio e o aparelho de som dele tocava quase no máximo Iggy Pop, senao me engano Lust for Life. Mais uma vez o Fubá colocava em prática a Educacao pela Pedra Sonora e mais uma vez ganhava o respeito e conquistava o silêncio e a calmaria desejada. Naquele ano os discos que frequentavam a casa eram: Neil Young (Acústico Mtv também), Radiohead (Ok Computer), Racionais (Sobrevivendo no Inferno),Pavilhao 9 (Cadeia Nacional, senao me engano), Cambio Negro (Sub-Raca) entre outros. Sim, ele estava numas de rap, mas sem abrir mao dos clássicos de sempre, como Iggy Pop e outros. Naqueles tempos conheci muito som bom via-Fubá, sempre quando comiamos algo na praca Rui Barbosa num 1,99 Self-Service Pulgueira íamos para a loja de disco para atualizar a discoteca. Para mim foi um tempo de aprendizado de coerência e seriedade musical, regado de bons encontros, novos amigos e muitos shows antológicos. Fico contente em saber que meu irmao-professor de rock du bao contiua coerente em suas licoes de ética roqueira ou seja lá que nome tenha isto. Saravá. Até Mar. Pedro.

Txello's disse...

Salve Salve Minha gente amiga

Porra! O bloguinho anda saudosista pra caralho!
Será o natal?
A fatalidade com o Bortolotto?
Ou somente a idade?

Os anus passando e eu passarinho.

Das margens plácidas do Igapó aproveito pra mandar abraços quentes e beijos molhados pra toda chinelagem.
Pedro é tão bom receber notícias mermão.
Galera da rua de cima não deixem o Polako Loko crescer sem a gente ver.
Bel vê se aparece.
Zulu....me liga!

Sérgio disse...

"Zulu me liga" é foda!

Bel disse...

Nossa, que espírito du bom...E essa galera loka?? E esse polako fofo?? Saudadeeeee!!!