
Acho que tá uns cinquenta graus nessa noite! Calor da porra! Meu vizinho pós-adolescente estava berrando ao violão algumas merdas do Jota Quest, Charlie Brown e Los Hermanos. É terrível, mas tem solução. Coloquei na bandeja do aparelho alguns Hendrix e Johnny Winter. No talo! O aparelho seleciona as canções. Eu abro uma cerveja e vou beber lá fora. Não gosto de beber sozinho em casa, mas não tem outra alternativa. O blues em alto volume faz o aprendiz de mala musical desistir. E é isso mesmo. Quando tudo está perdido você tem que recorrer aos clássicos. Aí não tem erro. Eu nem estava no pique de ouvir música, foi apenas uma defesa contra o repertório intolerável do vizinho, mas foi prazeroso ouvir Hendrix e Johnny Winter, coisas que eu não botava pra rolar desde não sei quando. Como nostálgico incurável e assumido, adoro curtir essas velharias. Você ouve e não tem que pensar muito, nem prestar muita atenção. É só curtir e tocar aquela “air guitar” honesta. Nos últimos tempos, com a mente absolutamente cansada, ando preferindo coisas fáceis. Até gibi do Tex eu li esses dias. Neste fim de semana comprei uma Rolling Stone pra distrair, mas não tem como. A revista é uma grandiosa bosta. Não tem uma, umazinha sequer, matéria que preste. Terminei de ler o “Vida de Escritor” do Gay Talese, que enquadro nesta lista de coisas fáceis de ler. Foi prazeroso. É um tijolo que dá pra consumir rapidamente e tem algumas coisas sobre o método de trabalho dele que são interessantes. Não tem a urgência do Dr. Thompson, nem pretende ter. Mas é legal também, embora não tenha me despertado a vontade de ler outras coisas dele. Ah... li “Verão Índio” do Manara e do Pratt que achei do caralho. Os dias parecem imensos, não suporto mais o trabalho e ainda tenho uma interessantíssima matéria pra fazer sobre o abate de frangos pelo método kosher, exigido pela tradição judaica... é mole? Acho que vou oferecer para a Rolling Stone. Quem sabe eles não publicam ao lado de uma abalizada matéria sobre as reais perspectivas da filha (ou filho) da Ivete Sangalo se tornar modelo e atriz de Malhação. Conto os minutos para as férias, mas no caminho ainda tem Natal e Ano Novo que eu detesto com todas as minhas forças, mas vou fazer o possível para não atrapalhar e aceitar todas as programações familiares que me forem impostas sem reclamar... muito. Também tenho acompanhado a melhora do Mario Bortolotto e todo o movimento que seus muitos amigos têm feito pela sua recuperação e para ajudar nas despesas que a família vai ter e coisa e tal. Acho que acabei acertando quando falei de amor no último post. É isso que tenho visto nessa história toda. Acho que é isso que vai ficar. E a vida segue... a minha no ritmo do congestionamento que peguei na Marginal Tietê ontem quando fui resolver minhas paradas na Secretaria de Cultura. Pelo menos dessa vez a menina que me atendeu foi simpática, eu achei. Talvez as coisas andem bem, talvez haja esperança, talvez seja o espírito natalino que muito filhadaputamente induz as pessoas ao erro (eu nunca senti o tal espírito, embora erre mais do que o desejável), talvez o calor esteja me provocando miragens. O negócio é deixar o blues rolar para calar a boca do vizinho.
Eu e o Polako Loko Paka mandando um blues pra azucrinar o vizinho.
5 comentários:
Este é o Fubá que eu conheco, embora nao seja o Sérgio doce-de-caramelo que todo mundo conhece. Este é meu irmao da regional do Lageado, o cara do lado errado, o pé torto quebrado com o lindo filho do lado e a viola no peito. Bom ter você de volta, terco desgarrado da galera, mestre da garagem dos fundos, rei dos maloqueiros pancudos. Um grande abraco pra ti, beijo na família e lembranca pro primo ex-Panca.
Cara, eu lembro quando o Sérgio morava no prédio Lígia, na rua San Martin (os baurenses falavam San Martén) nos idos de 1997 ou 1998. A questao era que os Titas haviam lancado o Acústico e o vizinho de apartamento insistia na idéia de que todos moradores do prédio precivam compartilhar a audicao do disco do grupo. Eu chegava no apartamento do Sérgio e o aparelho de som dele tocava quase no máximo Iggy Pop, senao me engano Lust for Life. Mais uma vez o Fubá colocava em prática a Educacao pela Pedra Sonora e mais uma vez ganhava o respeito e conquistava o silêncio e a calmaria desejada. Naquele ano os discos que frequentavam a casa eram: Neil Young (Acústico Mtv também), Radiohead (Ok Computer), Racionais (Sobrevivendo no Inferno),Pavilhao 9 (Cadeia Nacional, senao me engano), Cambio Negro (Sub-Raca) entre outros. Sim, ele estava numas de rap, mas sem abrir mao dos clássicos de sempre, como Iggy Pop e outros. Naqueles tempos conheci muito som bom via-Fubá, sempre quando comiamos algo na praca Rui Barbosa num 1,99 Self-Service Pulgueira íamos para a loja de disco para atualizar a discoteca. Para mim foi um tempo de aprendizado de coerência e seriedade musical, regado de bons encontros, novos amigos e muitos shows antológicos. Fico contente em saber que meu irmao-professor de rock du bao contiua coerente em suas licoes de ética roqueira ou seja lá que nome tenha isto. Saravá. Até Mar. Pedro.
Salve Salve Minha gente amiga
Porra! O bloguinho anda saudosista pra caralho!
Será o natal?
A fatalidade com o Bortolotto?
Ou somente a idade?
Os anus passando e eu passarinho.
Das margens plácidas do Igapó aproveito pra mandar abraços quentes e beijos molhados pra toda chinelagem.
Pedro é tão bom receber notícias mermão.
Galera da rua de cima não deixem o Polako Loko crescer sem a gente ver.
Bel vê se aparece.
Zulu....me liga!
"Zulu me liga" é foda!
Nossa, que espírito du bom...E essa galera loka?? E esse polako fofo?? Saudadeeeee!!!
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