quarta-feira, 14 de julho de 2010

O obituário nosso de cada dia


Harvey Pekar foi um dos nomes mais originais dos quadrinhos norte-americanos, com suas histórias sobre o prosaico, o antiglamour, o antiaventuras, talvez por isso o antiquadrinhos. Sua trajetória singular mereceu até filme, o bom “O Anti-herói americano” com o Paul Giamatti.
Harvey foi só o último que fiquei sabendo de uma lista de pessoas interessantes que morreram nos últimos tempos, como o ator Dennis Hopper, o editor Masao Ohno, o grande poeta Roberto Piva, o músico Paulo Moura, José Saramago e o cartunista Glauco. Ah...teve também o carinha do Sparklehorse, uma das boas bandas de rock dos últimos tempos.
Daqui da minha sala, olho o nevoeiro denso lá fora que me tapa a visão dos eucaliptos. É ruim saber da morte de alguém que admiramos. É pior saber da agonia ou do sofrimento dos que conhecemos, como tá rolando comigo nesses dias. É engraçado escrever sobre isso ouvindo Screamin’Jay Hawkins.
O fato é que ando pensando muito na morte e desde que me tornei pai tenho medo dela. Já me disseram que é normal, que faz parte do instinto de sobrevivência. De qualquer maneira, vale a pena adotar a lição do bom e velho Leminski. Já falei pra minha patroa que, de minha parte, quero isso na minha lápide: “Quem vai embora não embolora”. A família pode achar que não tem graça uma piadinha dessas numa hora tão grave. Se é que a hora será grave. Bom, mas aí já não será problema meu. De minha parte, só aviso que pretendo ficar por aqui até o fim da prorrogação (pra não dizer que não falei de futebol). Aliás... por que o capeta não chama logo o Ricardo Teixeira, o Dunga e o Galvão Bueno? São insondáveis os mistérios dessa vida. O negócio é seguir caminhando em frente. Até fazer a curva.

Um comentário:

Txellu's disse...

"Quem não presta fica vivo
Quem é bom mandam matar"